Foi lá pelos idos de 1971, início do mês de fevereiro, que parti da minha querida cidade natal, Cubatão e me instalei definitivamente em São Bernardo do Campo-SP.
Não passou um mês, e eu já estava trabalhando na maior empresa de Eletrodomésticos da America latina. A BRASTEMP S/A. Instalada na Rua Marechal Deodoro - n. 2785, Bairro Ferrazópolis. SBC- SP
Porém, antes de chegar até aí, andei pela desconhecida São Bernardo do Campo, à procura de uma colocação. A cidade, era uma novidade para mim. Grande em extensão territorial e com uma população, podemos dizer, pequena para os idos 1.971.
As avenidas; Faria Lima e Francisco Prestes Maia, em alguns trechos, ainda estavam em obras. Em contrapartida, o trãnsito era uma delícia, os ônibus, andavam , dependendo do horário, quase vazios. A Faria Lima oferecia aos motoristas, estacionamento em 45º, em quase todo o seu percurso, e as calçadas eram bem largas, até implantarem o corredor de Tróleibus.
Não me lembro do dia, mas era o início do mês de abril. Munido dos documentos necessários, parti logo cedo até à portaria da Wolksvagem, alí, no Demarchi. A fila tinha quilômetros de extensão e não andava. Haviam pessoas que dormiam na fila há uns dois dias, em pequenas barracas e até fogueirinhas haviam para espantar o frio que já se fazia presente, afinal, era abril...
Deu 4 horas da tarde e finalmente apareceu umas pessoas do RH, para fazer triagem e foi aí que me danei. Só pegariam as carteiras de homens que trabalharam ou trabalhassem no campo ou em algum outro trabalho pesado. Foi curioso ver um dos funcionários da empresa, verificando mãos por mãos para certificarem que haviam realmente calos, pois esse era o elemento principal para aquele específico recrutamento. Nem precisei esperar os caras chegarem em mim. Fui embora!
Uma semana depois, estava eu alí no Sindicato dos Metalúrgicos de SBC, que ficava onde hoje é a cabeceira centro bairros, do viaduto Miguel Etchenique. Com uma carta de apresentação na mão, parei em frente à Brastemp, mostrei ao guarda da portaria que muito gentilmente me mostrou o caminho.Pronto, eu já era um funcionário da Brastemp S/A. Na verdade quase, pois na sala de espera do departamento pessoal, sntei-me num dos bancos de madeira que existiam, e descansava uma das pernas sobre o braço do banco, quando passou um senhor bem alinhado, cheio de anéis, deveria ser o gerente do Dp.. voltou e me olhou de cima em baixo e perguntou o que eu fazia ali com o pé sobre o banco. Envergonhado, sentei-me normalmente e não passou cinco minutos, fui chamado para fazer a ficha de admissão.
Planta original da Brastemp. (Brasmotor) SBC - 1951 Acervo: pesquisa e Documentação.
Bem, e lá estava eu, e era o dia 23 de abril do ano da graça de 1971, uma sexta-feira fria e garoenta.
Assim que uma sirene tocava, tudo me parecia ainda mais estranho. Tudo era primeiro. O primeiro bom dia! __ o primeiro trabalho... Lembro-me agora, e parece tão recente, o guarda da portaria me conduzindo até ao relógio de ponto e depois, até o meu local de trabalho, apresentando-me à um homem de estatura baixa e que usava um guarda-pó longo na cor preta. Era o meu encarregado, senhor Valdevino.
Foto - internet.
Confesso que o meu primeiro dia, me pareceu o mais longo de minha vida! Iniciei no Almoxarifado S23L, o principal da fábrica, pois era o responsável pelo recebimento de peças, o estoque e o pulmão que alimentava todas as linhas de montagens.
Ali conheci e fiz amizades com pessoas maravilhosas como o João Batista; Valdevino; Durval; Zezinho; Luiz Luz; Antônio Franciscon; Nelson; Zé Bocadura, entre outros.
Ali trabalhei uns quatro anos pra depois me transferir para a inspeção de recebimento. ( Controle da Qualidade)
Ali trabalhei uns quatro anos pra depois me transferir para a inspeção de recebimento. ( Controle da Qualidade)
Minhas primeiras compras. Um chuveiro Lorenzetti de mil parafusos e eventuais choques e o primeiro refrigerador, um Brastemp 12 pés cúbicos, vermelho matador. 1972
Coral Brastemp. Jornal Brastemp ano1973/74
Antiga Logomarca
Ficha de Registro do Funcionário.
Um copinho onde se tomava o cafezinho, e um tomate inglês, deixado na minha mesa pelo Nelson Rodrigues.
Outras fotos de amigos da Brastemp
Aqui, reunião de amigos dos setores da Qualidade; Estatística; Compras e Kardex, num Churrasco de confraternização, e depois, Casados x solteiros. - Estoril, SBC 1978 - presentes nesta foto: Luizão (Camisa do jogo); Massa(japa); Sabatini; Alberto; Hélio; Ivã; Pijanovisk; Valter; Domingos Pardo Gutierres; Bonfim; Odair; Moacir; Chicão; Ditinho; (Sentido anti-horário)
Time de solteiros: - Da esquerda para a direita, em pé:....... Chicão; Joaquim; Sebastião Segala; Hélio; Luizão; Agachados: Alberto; Nei; ......; Manente; ......
Foto-jal/Rihozo
Aqui, uma confraternização no restaurante São Francisco-SBC. / Chiquito; Jair; Lázaro; Alberto; Claudinei; Minerval; Bozo; André; Nelson casca; Roberto Gobbo; Batatinha; Ernísio; João Cabeção; João Vicente. Meado do ano de 1980.
Foto-jal
Éramos também, assíduos frequentadores do famoso Flutuante /Riacho grande. /Peixinhos deliciosos.
Antiga Logomarca
Ficha de Registro do Funcionário.
Três anos se passaram de forma rápida, e em 01/07/1974 eu já havia me transferido para a Inspeção de recebimento. Lá, também fiz outros bons amigos como: Irineu Verri; Valter Mancini; Manoel; Dorival Cavalini, dentre outros.
O setor ficava próximo à Usinagem de peças, e quando chovia, aquilo era quase intransitável, parecia um pântano, lembro muito bem agora. Mas, nada que nos tirasse o bom humor e a responsabilidade no trabalho.
Em dezembro de 1978, mais uma transferência. Graças ao meu amigo Carlos Pereira, consegui entrar num dos setores mais concorridos da fábrica. A Metrologia. Lá iniciei como Traçador Insp. de Ferramentas. Adorava aquele trabalho! Mais tarde, .Tecnico em Metrologia.
Muitos amigos fiz por lá também, e é o bem mais precioso que se leva e que se deixa quando trabalhamos num ambiente assim. Quem daquela época não se lembra da dupla dinâmica, Lázaro Forato e Jair do Vale?___e os demais: Caculé; Silvio; Zé Ferreira; Chará ( Lázaro também) e eu, é claro. Meu chefe era o senhor Isidoro Nascimento. Boa praça. Ah! tinha também o Nelson Rodrigues (não era o cronista carioca) que trabalhava no lab. de teste de vida, o João Vicente Cardoso e o Getúlio.; [vendedor de sapatos nas hoas vagas.] Roberto Gobbo, entre outros.Não posso esquecer do Nelson Vidner, meu encarregado e amigo de todos.
Na greve de 1979, em pleno regime militar, no retorno ao trabalho, depois de muitas semanas, foi feita uma limpa sobrando na metrologia, somente três funcionário a saber: Jair, Lázaro e Alberto.
Fotos de uma das greves na Brastemp. Imagens Jornal do Sindicato SBC
Na metrologia, hora do almoço, eu preferia ficar na sala descansando, enquanto meus colegas saiam em longas caminhadas pela Marechal Deodoro. Quase nada de bom ou novidades, havia nas redondezas da fábrica, naquela época, a não ser a recém inaugurada Casa da Banha, que também não era assim, "Uma Brastemp". kkkkk. e o Bar do Felício.....
Dentro desta lógica, num determinado período, eu, para passar o tempo comecei a desenhar quase tudo o que via. Trago aqui, alguns desenhos da época(1985/86) que sobraram em meus arquivos como curiosidades nada de prestimosidades.
Bar do senhor Felício. Nosso ponto de encontro todas as manhãs.
Foto encontrada na internet.
Aqui, os desenhos, frutos das horas de descanso.
Aqui, uns troféus que ficavam sobre o armário do setor da qualidade.
Um copinho onde se tomava o cafezinho, e um tomate inglês, deixado na minha mesa pelo Nelson Rodrigues.
Outras fotos de amigos da Brastemp
Foto-jal/Rihozo
Foto-jal
Éramos também, assíduos frequentadores do famoso Flutuante /Riacho grande. /Peixinhos deliciosos.
Foto - internet.
Curiosidades. Bacardi que ganhei de um fornecedor e um copo CB /Casa da Banha. SBC.
+ Rabiscos do JAL.
No dia, faltei na festa.
+ Rabiscos
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"Lanterninha"[Time de futebol de salão - Brastemp, Controle da qualidade. Década de 1980]
Ao contrário do que se possa imaginar era um tme muito bom, cheio de craques e de várias conquistas nas quadras.
Tinha até uma samba para que a torcida cantasse durante as pelejas. - Veja abaixo:
Jogavam como titulares: — Bule/ Roberto Gobbo/ Chiquito/ João Sophilho, entre outros.
Samba do Lanterninha.
[Zé Ferreira/ Alberto…]
A luminosidade
do Lanterninha,
não é sua e nem é minha
é da vitória que virá.
É no samba é na bola
é na raça é no pé
Lanterninha é escola
de batuque e de olé.
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Você sabia?
A origem do bairro rural do Zanzalá, no Distrito do Riacho Grande, remete à sesmaria que foi, em 1727, concedida a Manoel Ferreira da Costa Zanzalá nessa região, que fica entre o Rio Pequeno e a Serra do Mar, atravessada no sentido norte-sul pela Estrada Velha de Santos. Com o tempo, o sobrenome do sesmeiro passou a ser também o nome de toda aquela paragem e ainda "batizou" a rota que a corta rumando a nordeste, em direção à Mogi das Cruzes. Este caminho, uma bifurcação da Estrada de Santos aberta provavelmente no séc. XVII, era e é conhecido por caminho do Zanzalá ou também rota do sal, por ser este uma das principais mercadorias transportadas nele no período colonial. No século XIX, grande parte daquelas terras foram propriedade do célebre Alferes Bonilha (juiz de paz e uma das principais personalidades de São Bernardo naquele tempo), e de seu genro, o conselheiro Manoel Dias de Toledo, professor da Faculdade de Direito de São Paulo e ex-governador da província de Minas Gerais. Posteriormente, no início do séc. XX, diversas famílias de origem italiana trabalhariam ali na exploração de madeira e fabricação de carvão. A foto mostra o Zanzalá durante a reforma da Estrada de Santos, executada entre 1913-1918 por Arthur Rudge Ramos, que publicou a imagem em 1920, num relatório sobre esses trabalhos (obra que faz parte do acervo da biblioteca do Centro de Memória de São Bernardo).
Saiba mais sobre sua história em São Bernardo do Campo. Visite a Seção de Pesquisa e Documentação (Memória). Alameda Glória, 197, Centro. Tel.: 4125-5577. -- Texto - internet.
Coisas do meado de 1970..
Allan, meu amigo do Texas
Um dos primeiros Holerites - 1976
Holerite - 1987
Minha primeira cardeneta de Poupança
Casa de pedra - SBC
(foto internet)
Foto Jornal Diário - SBC 1960
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Artigo sobre a fábrica de bicicletas Mercantil Suissa - SBC - SP.
[ Publicado em 2012 pelo professor Sinésio Gomes ]
Bicicleta Mercswiss
No começo da década de 50 a MERCANTIL SUISSA era uma das maiores rede de lojas do país. Em 1954 inaugurou seu parque industrial em São Bernardo do Campo.
O aço de Volta Redonda e a têmpera dos paulistas contribuíram para criação do grande parque industrial da Mercantil Suissa, inicialmente para fabricar bicicletas e máquinas de costura. “As melhores máquinas de costura e bicicletas do mundo, produzidas agora em S. Paulo pela Mercantil Suissa”. A bicicleta Mercswiss, que tinha a caravela como logomarca.
O aço de Volta Redonda e a têmpera dos paulistas contribuíram para criação do grande parque industrial da Mercantil Suissa, inicialmente para fabricar bicicletas e máquinas de costura. “As melhores máquinas de costura e bicicletas do mundo, produzidas agora em S. Paulo pela Mercantil Suissa”. A bicicleta Mercswiss, que tinha a caravela como logomarca.
A fábrica fechou as portas devido às dificuldades financeiras impostas pelo advento do carro nacional na década de 60, somado a expansão dos transportes coletivos que obrigaram a tomar medidas pesadas para conter os gastos, o intercâmbio das peças das bicicletas foi uma delas. As fabricas de máquinas de costura Singer e Vigorelli foram concorrentes fortes que colaboraram para o fechamento do setor fabril das máquinas de costura Mercswiss.
A Mercantil Suíssa ocupava instalações próprias no Km 22,5 da Rodovia Anchieta. Tinha à frente os Lewandowski. A bicicleta fabricada pela empresa paulista Mercantil Suissa com a finalidade de competir com as bicicletas inglesas que dominavam o mercado. conseguiu conquistar uma boa parte do público brasileiro em um época em que tudo que vinha de fora era considerado melhor. A fabricação de bicicletas motorizadas para crianças foi um dos erros que contribui para que a Mercantil Suíssa SA, primeiro fabricante de bicicletas com tecnologia 100% nacional, tenha ido á falência.
sábado, 2 de junho de 2012
Colégio - Anos 1970 - Foto internet.
Colégio Tibiriçá - Anos 1970 - (Foto Internet)
Antiga e gloriosa fachada do Shooping Metrópole- (Foto internet. - anos 2000)
Fábrica de doces, "Dulcora, a delícia que o paladar adora" - (foto internet - 1967)
Passava próximo à ela, sempre que me dirigia ao trabalho.
Binder Hotel. Anos 1970 - Foto internet.
Festa dos carroceiros, já tradicional em SBC . Foto internet.
Natal na Marechal. Anos 1970 - Foto internet.
Outra foto do Binder Hotel - Foto internet.
Binder Hotel, já desativado. / Foto JAL ano - 2014.
Binder Hotel, já desativado. / Foto JAL ano - 2014.
Brasmotor - 1945. Fábrica de montagem do caminhão Fargo/Dodge - SBC
Brasmotor - Multibrás - Brastemp - Wall Mart. Hoje funciona no local, o Super mercado Big. (Foto Internet)
Idem..Fargo/Dodge- Brasmotor.
Foto histórica do jornal Correio da Manhã de 29/04/1960.
Frota de caminhões com produtos Brastemp, saindo da fábrica com destino a nova capital Brasília.
Curiosidade sobre a Brasmotor
Em 1953, a empresa Brasmotor, hoje Brastemp, também fez parte de outra história que se tornou um marco para a indústria automobilística. Passou a importar peças da Kombi e montar o veículo aqui no Brasil, mais precisamente num galpão localizado no bairro do Ipiranga-SP. Mais tarde, o governo brasileiro da época, junto ao Grupo Executivo da Indústria Automobilística e com a própria Volkswagen, decidiu nacionalizar o produto e fundar uma unidade da empresa em São Bernardo do Campo. SP. - vide foto abaixo -
Fotos encontradas na internet.
Foto - internet.
Tigre, Campeão de segundona. / 2022 SBC.
Foto internet.